A Química estuda a estrutura e transformações que ocorrem ao nível molecular. Em certo sentido pode ser entendida como uma arquitetura aplicada ao mundo das moléculas e redes cristalinas. As moléculas apresentam dimensões muito variáveis mas geralmente mais pequenas que as nanopartículas. Existem no entanto moléculas gigantescas, designadas por macromoléculas, cujas dimensões são comparáveis ou mesmo superiores às nanopartículas. Por outro lado, existem nanopartículas que são macromoléculas, por exemplo os dendrímeros, pelo que a diversidade é muita grande, considerando as dimensões e também a natureza química. Ou seja, as definições “nano” mais genéricas apesar de poderem ajudar inicialmente, necessitam de um contexto mais elaborado caso pretendas aprofundar o assunto.
Uma ideia que tem permanecido desde os primórdios das Nanociências, mesmo quando este termo ainda não fazia parte do léxico científico, é a de que as nanopartículas apresentam dimensões que se situam algures entre a escala molecular e a escala micrométrica. Isto justifica em grande medida o interesse atual da Nanoquímica como uma sub-área com uma metodologia própria e, simultaneamente, congregando competências dispersas por outras áreas da Química. Efetivamente é a Química que providencia as ferramentas necessárias para estudos estruturais e de síntese dos materiais a esta escala intermédia entre as moléculas e os materiais convencionais. Não se trata de uma moda científica no sentido de acrescentar o prefixo nano ao que já existia, mas antes a possibilidade de desenvolver produtos inovadores e tecnologias mais eficientes, com base no conhecimento científico que se vai adquirindo sobre os nanomateriais. Por outro lado, e tal como em qualquer outro domínio científico, mais importante que a semântica que utilizamos é o conhecimento que temos sobre um dado assunto.